Falência de projeto mostra que frota 100% elétrica é sonho distante

Fernando Calmon
Colunista do UOL

Falência do projeto Better Place, que pretendia desenvolver postos de troca rápida de baterias, foi um duro golpe para os carros elétricos, em geral, e para a Renault em particular. O anúncio da derrocada foi feito durante o último final de semana. Ideia era boa, mas inviável.

Pensado para Israel e Dinamarca, o Better Place na verdade nunca decolou. Planos anunciados há cinco anos previam vender 100.000 unidades do sedã elétrico Renault Fluence Z.E. até 2016. Só se venderam 1.000 unidades em Israel e 400 na Dinamarca.

Apresentado em 2011, o Fluence Z.E. (de "emissão zero" de poluentes) faz parte de um investimento pesado do grupo Renault-Nissan -- de US$ 5,5 bilhões -- no desenvolvimento de carros 100% elétricos sem cogitar nenhum modelo híbrido.

No caso do sedã, a ideia era vender a versão elétrica pelo mesmo preço cobrado pela versão com motor a diesel na Europa, mas sem a bateria de íons de lítio de 398 V/22 kWh. Parte mais cara do projeto -- sendo mais cara que o próprio carro -- esta seria entregue ao comprador mediante uma espécie de aluguel, com subsídio da montadora e de governos locais. Informações completas da apresentação do projeto, à época, podem ser relidas com um clique aqui.

Daí a importância de empresas como a Better Place para facilitar a recarga e substituição das baterias. Inicialmente, a empresa tinha planos de crescimento na Europa Ocidental e expansão posterior para Califórnia, China, Japão, Canadá, Havaí e Austrália.

De acordo com a agência Bloomberg, o desmoronamento de projetos elétricos não atinge apenas israelenses e franceses. O governo da Alemanha divulgou números ruins sobre o plano de ter 1 milhão de carros elétricos rodando pelo país até 2020. Pelo dados mais recentes, apenas 7.000 unidades foram vendidas. Há rumores, ainda, de que a Audi desistiu de vender a versão elétrica do esportivo R8.

Tudo foi um grande equívoco. (Com Redação)


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