Construída em 1994 pela antiga Cosama, a tubulação teria se soltado dos grampos localizados. Ong ambiental pede providências
Manaus, 15 de Fevereiro de 2011
Elaíze Farias - A Crítica
A exposição na superfície de uma tubulação da empresa Águas do Amazonas localizada no início do Igarapé de Educandos, na Zona Sul, que teria se despregado dos grampos instalados no fundo do rio ameaça provocar acidente marítimo e ambiental em Manaus.
O alerta foi feito pela ong Instituto Amazônico de Cidadania (IACi), que já pediu, em ofício, providências da Capitania dos Portos.
Segundo Hamilton Leão, presidente da IACi, a tubulação solta causa riscos às embarcações que trafegam pelo rio Negro e aportam em Manaus pelo Igarapé de Educandos.
Conforme Leão, a tubulação se chama emissário subquático e foi construída em 1974 pela antiga Cosama. Tem aproximadamente 3.600 metros de extensão e é por ela que passam os dejetos provenientes dos usuários que moram da Zona Sul de Manaus. Os dejetos são jogados no rio Negro.
Essas informações Leão encontrou em um livro de 1991 editado pela própria Cosama que se chama “História do Saneamento em Manaus”
“A situação é perigosa. A tubulação estava no fundo do rio, como se fosse uma bóia presa. Só que ela se soltou e emergiu. Se um barco bater na estrutura de concreto vai comprometer o motor. Ano passado houve um acidente ocorrido naquelas proximidades. Tem também o risco ambiental pois pode ocorrer o derramamento de dejetos”, disse Hamilton Leão.
Alerta
De acordo com Hamilton Leão, um alerta foi feito no último dia 4 de fevereiro de 2111 à Capitania dos Portos do Estado do Amazonas, mas esta ainda não respondeu ao ofício.
“Primeiro provocamos o órgão público que é responsável pela segurança e fiscalização do rio e da navegação. Caso nada aconteça, vamos ao Ministério Público Estadual”, disse Leão.
Leão alerta que, com a subida das águas nos últimos dias, o perigo deixou de ser visível e pode a qualquer momento causar um acidente.
No ofício enviado à Capitania dos Portos, a IACi pede que o órgão apure a situação in loco e que, caso seja comprovada a irregularidade, que a empresa responsável seja comunicada para corrigir o problema.
A assessoria de comunicação da Capitania dos Portos foi procurada pela reportagem do acritica.com para falar sobre o assunto. A resposta da assessoria será postada nesta matéria tão logo ela seja enviada.