Ciclone gigante atinge costa da Austrália

O ciclone Yasi arrancou árvores e telhados com ventos de até 300 quilômetros por hora

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O ciclone Yasi, um dos mais violentos já registrados, atingiu a costa nordeste da Austrália nesta quarta-feira – já quinta-feira no horário local –, arrancando árvores e telhados com ventos de até 300 quilômetros por hora. Minas, ferrovias e portos de exportação de carvão foram fechados no estado de Queensland, que ainda se recupera das inundações dos últimos meses. As autoridades dizem que 150.000 residências ficaram sem energia.

Na noite de quarta-feira, centenas de quilômetros do litoral já sentiam os efeitos da tempestade. Engenheiros alertam que mesmo os imóveis à prova de ciclone podem sofrer avarias com a passagem da tempestade. A primeira-ministra australiana, Julia Gillard, colocou navios, helicópteros e 4.000 soldados de prontidão para ajudar eventuais vítimas.

Mais de 400.000 pessoas vivem na rota do ciclone, que inclui as cidades de Cairns, Townsville e Mackay. É um trecho de litoral muito frequentado por turistas e fica próximo à Grande Barreira de Corais. Imagens de satélite mostram o Yasi como uma grande mancha abrangendo uma área maior que a Itália ou a Nova Zelândia. Uma testemunha disse a uma TV local, em um abrigo subterrâneo, que árvores estavam rachando, e que o ruído era como de um trem passando sobre a casa.

A polícia disse ter recebido relatos de danos, mas não havia informação sobre mortes. As comunicações foram interrompidas em algumas áreas. Quase toda a população está recolhida em suas casas ou em abrigos anticiclone. Dezenas de milhares de pessoas foram retiradas nas horas prévias à chegada da tempestade.

O Departamento de Meteorologia disse que uma ressaca de até dois metros acima da maré normal inundou parte da costa, mas a imprensa noticiou que as ondas não parecem tão altas quanto se temia. Yasi era um ciclone da categoria 5, o máximo da escala, e gerou comparações com o furacão Katrina, que devastou Nova Orleans em 2005. Depois, o ciclone diminuiu para categoria 4, e posteriormente, para 3.

Força inédita – A primeira-ministra regional, Anna Bligh, disse que o ciclone teria uma força inédita. "Não vou disfarçar. Serão 24 horas duras. Ainda estamos expostos ao pior", disse ela, alertando que os transtornos podem se prolongar até o fim de semana, e que uma onda de nove metros já havia sido registrada."Sem dúvida, estamos destinados a encontrar cenas de devastação e dor. Este ciclone não se parece com nada que já tenhamos visto antes como nação."

A tempestade ameaça elevar a cotação mundial do açúcar, do cobre e do carvão. Ele é tão poderoso que colocou em alerta até Mount Isa, localidade mineradora a mil quilômetros da costa. A entidade que representa os usineiros locais disse que o prejuízo na indústria do açúcar e álcool pode chegar a meio bilhão de dólares.

(Com agência Reuters)

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