Lista divulgada por organização inglesa aponta os 20 países que mais caçam tubarões. Brasil aparece em décimo terceiro
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O alardeado programa das Nações Unidas para a conservação das espécies de tubarão é um fracasso retumbante. A conclusão está em um estudo divulgado nesta quinta-feira pela organização não governamental britânica Traffic, que monitora o mercado de plantas e animais selvagens no mundo. O relatório mostra quais são os vinte países que mais pescam o predador marinho. No topo da lista estão Indonésia, Índia, Espanha e Taiwan. O Brasil aparece em décimo terceiro.
Coletados pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), os números da pesquisa são curiosos: pelo menos 73 milhões de tubarões são mortos todos os anos. Um terço das espécies corre risco de extinção. Ao todo, mais de 640.000 toneladas de carne de tubarão são consumidas nestas nações anualmente - quase 80% do total mundial.
"O futuro dos tubarões está nas mãos desses países. A maioria deles falhou em mostrar o que está fazendo - se é que estão fazendo alguma coisa - para salvar as espécies ameaçadas", disse Glenn Sant, da Traffic. "Esses países precisam agir para reverter a queda das populações de tubarão e ajudar a garantir que a lista de espécies ameaçadas pela pesca predatória não aumente ainda mais", afirmou.
Apelo - O estudo, uma parceria da Traffic e da organização não governamental americana Pew Environment, lança um apelo aos países que participarão da cúpula da FAO para repensar suas atitudes. O encontro do Comitê de Pesca da FAO, que ocorrerá entre 31 de janeiro e 4 de fevereiro, em Roma, examinará os resultados do plano de ação internacional para a preservação de tubarões e arraias.
O plano da ONU, lançado com estardalhaço em 2001, lista dez pontos considerados essenciais para garantir que a pesca do tubarão seja uma atividade sustentável. O programa obriga os países signatários a elaborar estratégias nacionais para preservar a espécie, sujeitos a avaliações da FAO a cada quatro anos.
O plano da ONU, lançado com estardalhaço em 2001, lista dez pontos considerados essenciais para garantir que a pesca do tubarão seja uma atividade sustentável. O programa obriga os países signatários a elaborar estratégias nacionais para preservar a espécie, sujeitos a avaliações da FAO a cada quatro anos.
Desde então, a pesca predatória massiva - principalmente para atender à demanda dos mercados do leste asiático - contribuiu para diminuir ainda mais os números das populações, de acordo com o estudo. "Apenas treze dos vinte maiores pescadores desenvolveram planos para proteger os tubarões. Só que ainda não ficou claro de que maneira esses planos foram implementados ou mesmo se tiveram algum efeito", destaca o texto.
(Com Agência France-Presse)